O tão aguardado Toren, produzido pelo estúdio gaúcho Swordtales, finalmente será lançado. De acordo com anúncio do estúdio, o game estará disponível já no começo de 2015 e a grande novidade é que o jogo brasileiro também vai ganhar uma versão para PlayStation 4.
“Estamos realizando algo que era tido como absurdo quando começamos”, diz o diretor de arte do jogo, Alessandro Martinello, em entrevista ao Kotaku. Anunciado em 2011, Torensempre pareceu algo bem promissor, ao mesmo tempo em que era também ambicioso: um jogo 3D de aventura, com grandes cenários, inimigos e puzzles.
Ao longo desses três anos, o jogo passou por diversos problemas no desenvolvimento, chegando a ficar parado por um tempo. Mas os brasileiros da Swordtales foram bem sucedidos em conseguir com que Toren fosse um dos primeiros games aprovados a receber recursos pela Lei 8.313, a conhecida Lei Rouanet.
As dificuldades, Lei Rouanet e outros detalhes – como a relação dos desenvolvedores com a fundadora da Thatgamecompany (de Journey), Kellee Santiago – foram abordados naentrevista que fizemos com a Swardtales no ano passado.
Desenvolvedores que forman a Swordtales
De lá pra cá, os gaúchos conseguiram arrecadar cerca de R$ 370 mil com a Lei Rouanet. “O incentivo está ajudando a gente a finalizar o jogo conforme a proposta até o fim do ano”, afirma Martinello. Atualmente Toren está 80% concluído.
Porém, não foi isso que possibilitou uma versão do jogo para o videogame de nova geração da Sony e sim uma recém-anunciada parceria com a publisher Versus Evil, responsável pela publicação de The Banner Saga.
Com a parceria, o estúdio afirma que pretende conseguir um lançamento direto para o Steam. “A Versus Evil está envolvida no marketing e distribuição de todas as versões doToren”, diz o produtor do jogo e outro membro da Swordtales, Vitor Leães, ao Kotaku.
No anúncio da parceira com o estúdio brasileiro, o gerente geral da Versus Evil, Steve Escalante, diz que Toren é um exemplo do tipo de game que a publisher procura. “Ele é um jogo único, emocionante e bonito com uma história que verdadeiramente cativa o jogador”, fala.
20º estúdio e uma nova geração
A ida de Toren para o PS4 também foi facilitada pelo fato de a Swordtale ser mais um estúdio brasileiro a ter entrado em um acordo com Sony para desenvolver para a plataforma PlayStation.
A parceria com desenvolvedores brasileiros foi anunciado pela Sony em outubro do ano passado, na Brasil Game Show, mas os gaúchos não estavam na lista dos 19 estúdios. “A Sony não anunciou na época da BGS porque começamos a conversar com eles mais para o fim do ano passado”, revela Vitor Leães. “Então se pode dizer que sim, somos o 20º estúdio”.
Apesar de terem sido os últimos a entrar em contato com a empresa, a Swordtale foi uma dos primeiras a ter acesso ao kit de desenvolvimento do PS4, não só no Brasil como na América Latina. Agora eles pretendem fazer bom uso dele para deixar a experiência de Toren melhor na nova geração. “O PS4 vai permitir que o game rode a 60 frames por segundo e flua muito bem”, explica Alessandro Martinello. “Estamos gostando especialmente da feature do controle ter uma saída de som independente da TV”, comenta.
Com elementos artísticos bem fortes e inspirações em jogos como ICO, Toren parece ter agradado a Sony. “Nós tivemos a oportunidade de conhecer vários estúdios internos deles na Game Developers Conference (GDC) e todos gostaram muito do que jogaram do Toren”, revela Martinello.
Ele esclarece também que o port para a nova geração está sendo feito em paralelo ao desenvolvimento final no game e esse foi também um dos motivos deles terem preferido uma versão para o quarto console da Sony, ao invés do PS3. “(O PS4) é mais fácil de portar e um time pequeno agora é capaz de fazer isso”, afirma Martinello. Mesmo assim, ele afirma que a possibilidade para o jogo sair em mais plataformas também está sendo negociada.
Agora, resta aos desenvolvedores entrar no ritmo acelerado da parte final do projeto, mas também sobra espaço para comemoração. “A sensação é de alegria plena, pois construímos uma empresa disso” comenta Martinello. “Desde que começamos, quase tudo que eu sonhava um ano atrás virou realidade no ano seguinte e tomara que o que sonho agora seja realidade ano que vem”, fala o direto de arte.
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